Saúde e habitação em foco no desfile de Abril
Os crescentes problemas de falta de médicos, o aumento do custo de vida e a habitação foram os temas que mais marcaram o desfile comemorativo dos 49 anos do 25 de Abril realizado, esta terça-feira, em Vila Franca de Xira. A iniciativa, promovida pelo Núcleo vila-franquense da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), reuniu cerca de 200 participantes e culminou com uma concentração no Largo da Câmara.
Nas intervenções finais, José Ernesto Cartaxo, membro do Núcleo de Vila Franca de Xira da URAP, revelou que estão a ser desenvolvidos esforços para a criação de um monumento de homenagem aos resistentes antifascistas e que o objectivo traçado pela URAP é poder inaugurá-lo dentro de um ano, nas comemorações dos 50 anos da Revolução de Abril.
Ernesto Cartaxo, antigo preso político, dirigente sindical e autarca, salientou que, de acordo com um levantamento realizado há cerca de 10 anos, serão mais de 200 os naturais do concelho de Vila Franca que passaram pelas prisões do antigo regime, somando mais de 500 anos de detenção por razões políticas.
O dirigente acrescentou que o número de associados do núcleo local da URAP tem crescido muito e que o núcleo tem reunido com o movimento associativo e participado na edição e divulgação de livros e em sessões nas escolas sobre esta temática.
Vítor Dias, outro resistente antifascista natural do concelho de Vila Franca de Xira, sublinhou, depois, que os grandes ideais e valores de Abril continuam a ser válidos e necessários e que é preciso relembra-los permanentemente.
No desfile participaram associações e comissões de utentes de saúde, organizações sindicais, associações de pais e representantes de estruturas partidárias e do movimento associativo local. A falta de médicos, o risco de encerramento das urgências pediátricas e de obstetrícia, o aumento do custo de vida e as dificuldades de acesso à habitação, foram os principais temas abordados pelos manifestantes.
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