Resistentes antifascistas promovem desfile
Pelo segundo ano consecutivo, o núcleo de Vila Franca de Xira da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP) promoveu um desfile comemorativo do 25 de Abril. Pelas ruas da cidade vila-franquense desfilaram cerca de 200 manifestantes, com palavras de ordem, faixas e cartazes em defesa dos valores de
Abril, mas também de mais médicos nos serviços de saúde, de aumentos salariais e da reposição de freguesias ou contra a onda de aumentos nos combustíveis. A encabeçar o desfile destacou-se um grupo de resistentes antifascistas que incluía António Nabais, Eduardo Meireles, Álvaro Pato, José Ernesto Cartaxo e
Eduarda Ferreira. Já na Rua Almirante Cândido dos Reis, Cláudia Martins, em representação do núcleo de Vila Franca e da direcção nacional da URAP, salientou a presença de resistentes antifascistas, porque “foi graças a eles e a terem lutado que hoje estamos aqui a comemorar esta data”. Lembrando que a URAP foi
criada em 1976 e reúne “resistentes antifascistas e outros democratas”, Cláudia Martins observou que o núcleo de Vila Franca da URAP duplicou o seu número de filiados no último ano. “Decidimos, no ano passado, recuperar o desfile comemorativo do 25 de Abril em Vila Franca com o intuito de comemorar Abril.
Esta actividade só demonstra que Abril está bem vivo dentro de cada um de nós”, vincou, destacando a presença de Álvaro Pato, resistente antifascista natural do concelho (filho de Octávio Pato), que esteve preso entre Maio de 1973 e 27 de Abril de 1974 e foi submetido durante onze dias à tortura do sono.
Álvaro Pato realçou a honra que teve em participar nesta iniciativa. “Passam hoje 48 anos sobre aquele dia de libertação da ditadura fascista. Mas é bom lembrá-la, porque os homens têm que continuar a lutar pela democracia”, sublinhou, frisando que “desde 1926 a 1974 houve sempre presos políticos nascidos e criados
no nosso concelho de Vila Franca de Xira. Hoje, numa altura em que mais de 50 por cento da população já nasceu depois do 25 de Abril de 1974, temos a obrigação de relembrar que a ditadura do Estado Novo foi, efectivamente, uma ditadura fascista, que reprimiu e fez a guerra colonial.
O nosso concelho deu um importante contributo para derrubar a ditadura. Hoje temos que continuar essa luta pela consolidação da democracia”, rematou.
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