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  • Hipólito Cabaço

Os barcos a vapor e a armada portuguesa


Portugal foi a principal potência marítima e económica do século XVI. As caravelas criadas pelos portugueses são hoje comparadas a modernos “space shuttle”. Nos séculos XIV, XV e XVI fomos os primeiros a iniciar a idade da descoberta, um século antes de Espanha e dois séculos antes da Inglaterra e Holanda. Indiscutivelmente, a invenção mais decisiva do século XVIII foi a energia a vapor. Esta tecnologia foi responsável pela Revolução Industrial, e pela mecanização das indústrias. A Armada portuguesa também apostou forte nos barcos a vapor.

No meu antepenúltimo artigo escrevemos um pouco sobre os carros a vapor, o que para muitos é desconhecido. No entanto diria que o que todos nós sabemos é que antes dos motores a explosão houve locomotivas e barcos a vapor. Inclusivamente, há uns anos atrás, fiz um artigo em que descrevi os transportes de passageiros de Vila Franca de Xira para o Cabo em pequenos barcos a vapor. Pois é sobre esses barcos a vapor que foram a transição das caravelas e naus para os que são movidos por motores de explosão. Estes tiveram uma enorme importância na nossa Armada e para o nosso País, deixando uma marca indelével na nossa história.

Portugal foi a principal potência marítima e económica do século XVI. As caravelas criadas pelos portugueses são hoje comparadas a modernos “space shuttle”. Nós, nos séculos XIV, XV e XVI, fomos os primeiros a iniciar a idade da descoberta, um século antes de Espanha e dois séculos antes da Inglaterra e Holanda.

Indiscutivelmente, a invenção mais decisiva do século XVIII foi a energia a vapor. Esta tecnologia foi responsável pela Revolução Industrial, e pela mecanização das indústrias. O engenheiro britânico Thomas Newcomen foi a pessoa que inventou a primeira máquina a vapor a ser comercializada com êxito em 1712. A energia a vapor no século XVIII provou ser revolucionária, pois a introdução deste conceito de utilizar o vapor como fonte de energia, que terá um impacto tremendo no futuro da transportação.

Por exemplo, até ao ano de 1808, para garantir o controlo da rota para o Brasil, existiam 13 naus e 13 fragatas. Até 1895, a Armada foi a principal presença no Império. Era ela que abafava as rebeliões, apoiava a colonização, mantinha a soberania contra o exterior, garantia grande parte da administração, combatia o tráfico negreiro e explorava o interior. É a Armada que, por exemplo, garante a defesa da presença em Macau na guerra civil na China em 1927, ou que é enviada a reforçar Angola na crise interna de 1931, ou que é chamada a reocupar Timor em 1945.

Os historiadores portugueses pouco falam nesta situação, mas foi a ligação privilegiada a Inglaterra até 1945 e, depois disso, aos EUA, o segredo que permitiu garantir a defesa do Império. Esta ligação privilegiada essencial foi mantida em grande medida devido à importância das posições atlânticas nacionais.

Entre 1898 e 1918, a Inglaterra pedia garantias secretas de que não seriam feitas concessões estratégicas nos portos Atlânticos portugueses a um poder rival em troca do seu apoio em África e na Europa. Este facto era de tal modo importante que, pouco depois destas garantias terem sido dadas pela primeira vez (em 1898), Londres renova o compromisso de defender o Império pelo Tratado de Windsor de 1899. Depois de 1945, foi por causa da importância dos Açores que se tornou a única ditadura convidada a ser membro fundador da NATO.

Em todas estas circunstâncias, a Armada funcionou como instrumento de valorização das posições Atlânticas portuguesas. A Armada teve grande influência na formação de oficiais, que geraram um grande desenvolvimento na matemática e na engenharia em Portugal nos séculos XVIII e XIX, como até o avançado XX. O Arsenal da Marinha de Lisboa era a mais complexa e a maior instalação industrial existente no país.

A primeira máquina a vapor nacional foi feita no Arsenal, tal como sairiam da Escola Naval os primeiros engenheiros maquinistas nacionais. Já nos finais do século XIX, o Arsenal de Lisboa seria ainda responsável pelo uso pioneiro da tecnologia do trabalho do aço ou pela aplicação da electricidade a fins industriais. Foi a Armada que, no século passado, desempenhou um papel central no desenvolvimento de algumas das novas ciências em Portugal, como a meteorologia, a astronomia, a oceanografia, ou a hidrografia, para não mencionar a geografia, a etnografia, a antropologia ou a botânica.

Algumas técnicas mais importantes do século XX chegam ao país através da Armada, como sejam parcialmente o aço, as comunicações rádio, a electricidade, os motores de explosão. Mais tarde, depois da 2ª Guerra Mundial, a Armada portuguesa cumpre uma importante função na vinda para Portugal das tecnologias ligadas à electrónica e à informática. Deve ser salientado, porém, o seu contributo na vertente particular da História, muito em especial na História da expansão e dos séculos de ouro, quando Portugal era um poder naval global.

Saiba mais na Edição impressa de 30 de Janeiro do Voz Ribatejana

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