Salários da Junta dão polémica na Póvoa e no Forte
- Jorge Talixa

- 28 de nov.
- 3 min de leitura

Os cerca de 70 trabalhadores da Junta da União de Freguesias da Póvoa de Santa Iria e do Forte da Casa estão a receber os respectivos salários e subsídios de Natal com atraso. A situação tem gerado muita controvérsia na freguesia, com trocas de acusações entre forças políticas locais. Nesta sexta-feira, em protesto organizado com o apoio do Sindicato, os trabalhadores da rua concentraram-se em frente da sede da Junta e não trabalharam. Correm rumores de que o novo executivo local não terá tratado atempadamente dos formalismos bancários.
António José Inácio, novo presidente da Junta eleito pela coligação Nova Geração, assegurou, em declarações ao Voz Ribatejana, que esteve boa parte do dia com os trabalhadores para explicar a situação e o evoluir da mesma. Segundo António José Inácio, logo no dia seguinte à tomada de posse (31 de Outubro), a coordenadora de serviços da Junta entregou a acta da tomada de posse dos novos eleitos no balcão do BPI da Póvoa e a indicação dos membros do executivo autorizados a fazer movimentos financeiros.
O autarca refere que o Banco explicou que teria que verificar e validar os documentos, posteriormente solicitou por mais duas vezes mais documentos e, na semana passada, percebeu-se que este processo de transição ainda não estava dado como concluído pelo Banco. António José Inácio diz que ainda tentou recorrer ao auxílio da presidente de Junta cessante, mas que se concluiu já esta semana que o Banco entendia que ainda não poderia fazer as transferências para os funcionários.
Depois de muitas insistências e contactos, o BPI aceitou, já na terça-feira, transferir 130 mil euros para uma outra conta da Junta no Montepio. Mas foi preciso organizar ficheiros dos funcionários e o Montepio teve que inserir essa informação nos seus computadores. “Alguns funcionários já começaram a receber hoje (sexta) e os restantes, segundo nos garante o Montepio, receberão até dia 1. Percebo que os bancos têm as suas regras, mas não se compreende como é que uma situação destas demora mais de um mês no BPI.
Ultrapassámos as barreiras todas, entregámos os documentos todos. Tinham tudo”, afiança António José Inácio, que admite que ficou abalado com toda esta situação e que o executivo está e vai estar solidário com os trabalhadores da Junta. Também a Secção da Póvoa e do Forte do Partido Socialista manifestou, na tarde desta sexta-feira, “a sua total solidariedade com os trabalhadores da Junta de Freguesia da Póvoa de Santa Iria e Forte da Casa, que vivem uma situação absolutamente inaceitável.
É inadmissível que, passadas quase quatro semanas desde a tomada de posse do actual executivo, se continue a usar como desculpa a alegada falta de passagem de códigos bancários pelo anterior executivo. Esta justificação é irresponsável e reveladora de uma preocupante inércia por parte do actual presidente da Junta”, acusam os socialistas, considerando que “os trabalhadores não podem ser vítimas de incompetência ou falta de acção. O pagamento dos salários é uma obrigação básica e prioritária.
Nada justifica que, com quase um mês de funções, o actual executivo não tenha resolvido esta questão”, refere o PS, exigindo “o pagamento urgente dos salários aos trabalhadores” e que “o actual presidente assuma as suas responsabilidades e pare de tentar desviar atenções com desculpas inaceitáveis”. Também o STAL (Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local) denunciou a situação e exigiu a regularização imediata dos pagamentos em falta, uma explicação pública sobre as razões que levaram a este atraso e garantias formais de que esta situação não voltará a repetir-se.
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