Hospital desmente situação limite de falta de obstetras
- Jorge Talixa
- há 26 minutos
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O funcionamento da urgência de obstetrícia e da maternidade do Hospital de Vila Franca de Xira e a respectiva escassez de recursos humanos estiveram particularmente em foco, no passado fim-de-semana, em vários órgãos de comunicação de âmbito nacional. Depois da ministra da Saúde ter dito, no dia 8, que a maternidade de Vila Franca não vai fechar, o presidente da Comissão de Saúde da Mulher e da Criança veio pronunciar-se em sentido contrário.
E a Ordem dos Médicos também terá considerado que a escassez de obstetras no Hospital de Vila Franca poderá retirar a “idoneidade formativa” necessária para que a unidade hospitalar acolha e acompanhe a especialização de jovens médicos em obstetrícia. A Unidade Local de Saúde desmente alguns dos dados divulgados e assegura que o Hospital tem três obstetras no quadro e mais quatro em processo de contratação.
Um novo estudo sobre a reorganização das urgências de obstetrícia e ginecologia volta a defender a concentração destes serviços e o fecho de outros, considerando a falta de recursos humanos existente. Alberto Caldas Afonso, presidente da Comissão de Saúde da Mulher e da Criança, disse mesmo a vários canais televisivos, no passado fim-de-semana, que o serviço de obstetrícia do Hospital de Vila Franca de Xira estará reduzido a apenas dois médicos do quadro e que, por isso, as urgências de obstetrícia e a maternidade estão frequentemente fechadas.
Nessas condições, o especialista defende que estes serviços deveriam ser encerrados em Vila Franca e os respectivos meios humanos concentrados no Hospital de Loures. Esta ideia contraria frontalmente as declarações da ministra da Saúde que, no dia 8, em Vila Franca, afirmou que a maternidade vila-franquense não vai fechar. A Unidade Local de Saúde do Estuário do Tejo (ULSETejo) desmente que o quadro do seu serviço de obstetrícia esteja reduzido a um único médico e afirma desconhecer qualquer documento ou proposta que aponte para o encerramento deste serviço e da respectiva maternidade.
Em resposta ao Voz Ribatejana, o conselho de administração da ULSETejo diz, também, não ter conhecimento de qualquer iniciativa que ponha em causa a “idoneidade formativa” do serviço de Obstetrícia do Hospital de Vila Franca de Xira e a sua capacidade para acolher médicos internos recém-licenciados e acompanhar a sua especialização. “O Hospital de Vila Franca de Xira desconhece em absoluto qualquer documento acerca do seu Serviço de Obstetrícia, emitido seja por que entidade for.
O Hospital tem no quadro do Serviço de Obstetrícia, neste momento, 3 médicos especialistas. A ULS Estuário do Tejo encontra-se, actualmente, em processo de contratação de 4 especialistas em Obstetrícia para o Hospital”, sustenta a ULSETejo, em resposta ao Voz Ribatejana, acrescentando que o Hospital está, igualmente, “a reforçar a equipa do Serviço de Obstetrícia através da contratação de mais médicos tarefeiros dessa especialidade”.
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