Jorge Talixa
Abate de 540 animais revolta Azambuja
Perto de 540 animais, sobretudo veados e javalis, terão sido abatidos, no passado fim-de-semana, na Quinta da Torre Bela, uma extensa propriedade murada, com mais de 1000 hectares, situada no norte do concelho de Azambuja. Na herdade funciona uma zona de caça turística, mas os contornos da “montaria” estão a gerar muita controvérsia e há quem fale de “massacre”. O caso foi divulgado, este domingo,
pelo site de informação regional “Fundamental Diário”, com base num conjunto de fotografias partilhadas nas redes sociais, acompanhadas de frases em inglês. “Conseguimos novamente. 540 animais com 16 caçadores em Portugal. Um super-recorde em montaria”, referem os autores, divulgando fotografias com dezenas de animais abatidos. A Concelhia do PS de Azambuja manifestou, esta segunda-feira,
a sua revolta pelo “crime ambiental” cometido na Torre Bela e por este “massacre”. Em comunicado assinado por Silvino Lúcio, presidente da Concelhia, que é também vice-presidente da Câmara de Azambuja, os socialistas azambujenses garantem que vão denunciar a situação ao Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e ao Governo, para que verifiquem a legalidade do que ali aconteceu.
“Foi uma montaria que culminou no abate massivo e indiscriminado de 540 javalis e veados. Não foi caçar, foi massacrar aqueles animais que não tinham para onde fugir, pois o abate da floresta tem sido permanente e os animais estavam confinados aos muros da propriedade”, sustenta o PS de Azambuja. Já a Câmara de Azambuja garante que não teve conhecimento prévio da realização desta montaria e que compete ao
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas autorizar este tipo de actividades. Acrescenta, todavia, que já pediu ao ICNF que avalie a legalidade desta situação. O PAN (Pessoas Animais e Natureza) também já se insurgiu contra o sucedido, assegurando que exigiu esclarecimentos ao Governo e o apuramento de responsabilidades.
Saiba mais nas edições impressas do Voz Ribatejana
Comments