Segundo centro de saúde pode avançar na Póvoa
A Câmara de Vila Franca de Xira aprovou, por unanimidade, a apresentação de uma candidatura a fundos do PRR para a construção de um segundo centro de saúde na cidade da Póvoa de Santa Iria. A CDU votou a favor, mas criticou o facto da Câmara poder vir a suportar cerca de 40 por cento dos 5, 38 milhões de euros previstos para a obra.
A construção de um novo centro de saúde na Póvoa é considerada prioritária, porque o actual já não tem capacidade para dar resposta aos mais de 30 mil habitantes da freguesia. A Câmara de Vila Franca de Xira decidiu responder positivamente a um convite para apresentar uma candidatura ao PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) para a construção de um segundo centro de saúde na cidade da Póvoa de Santa Iria.
A proposta nesse sentido foi aprovada, por unanimidade, na última reunião camarária. Fernando Paulo Ferreira, presidente da edilidade, explicou que foi aberto um prazo para apresentação destas candidaturas, para as quais foram convidados 34 dos 308 municípios portugueses.
Nuno Libório, vereador da CDU, sustentou, por seu turno, que, de acordo com o auto de transferência de competências na área da saúde da administração central para a Câmara de Vila Franca de Xira, está claro que a responsabilidade da construção de novas instalações continua a ser do Estado central.
“Essa competência permanece nos departamentos governativos. Agora, somos confrontados com uma obra, que é de facto de extraordinária importância e que peca por tardia, com um custo de 5, 38 milhões de euros, mas que o PRR só financia em 3, 048 milhões.
A Câmara terá que pôr 2, 3 milhões de euros do seu orçamento. É uma grande contradição”, afirmou o vereador da CDU, considerando que o executivo camarário do PS devia ter reagido e negociado esta situação com a administração central. “O Estado central empurra responsabilidades para o Poder Local.
O PRR deveria financiar esta obra a 100 por cento. Por que é que não o faz?”, questionou. Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, acusou a CDU de “estar a misturar duas coisas completamente distintas”, frisando que “uma coisa é a descentralização de competências na área da saúde, que tem a ver sobretudo com assistentes operacionais e manutenções correntes e outra coisa diferente é o aproveitamento de candidaturas abertas para a construção de novos centros de saúde”.
Já David Pato Ferreira explicou que a Coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) está a favor desta candidatura, mas quis saber se há alguma garantia de que, depois, haverá médicos para trabalhar neste novo centro de saúde.
Fernando Paulo Ferreira afiançou que o objectivo é lançar a obra o mais rapidamente possível, mas admitiu que a sua adjudicação e o preço da empreitada estarão dependentes da evolução do mercado da construção.
“O problema da assistência às pessoas no concelho de Vila Franca de Xira não é por falta de instalações, porque temos das melhores da Área Metropolitana de Lisboa. O grande problema é a falta de médicos. Essa pergunta também eu tenho feito. Mas essa não é uma resposta da Câmara, é das entidades competentes”, sublinhou.
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