Câmara de Vila Franca reclama enterramento da Linha do Norte
Seis meses depois da apresentação da proposta da Infraestruturas de Portugal (IP) para a quadruplicação da Linha do Norte entre Alverca e a Castanheira, a Câmara de Vila Franca de Xira discutiu e aprovou uma tomada de posição formal em que sustenta que a melhor opção em termos urbanísticos é o “enterramento” das quatro linhas entre Alhandra e Vila Franca.
Esta posição da Câmara foi aprovada por maioria, com votos favoráveis de PS, coligação Nova Geração e Chega. Os vereadores da CDU também apontaram o “soterramento” da via-férrea como melhor opção, mas colocaram reservas ao “texto” proposto pelo presidente da Câmara, considerando que não deveria afastar completamente a possibilidade de construção de uma nova linha dedicada à alta velocidade na zona poente do concelho se o enterramento for considerado inviável.
Nova Geração e Chega apoiaram os termos da tomada de posição proposta por Fernando Paulo Ferreira, com o social-democrata David Pato Ferreira a salientar que foi o PSD quem primeiro defendeu o enterramento da Linha do Norte na travessia de Vila Franca, já em 1998.
Barreira Soares, vereador do Chega, considerou que a Câmara deveria contratar uma equipa ou um gabinete especializado para poder avaliar em maior profundidade e rebater, se for caso disso, os argumentos da IP. Anabela Barata Gomes, vereadora da CDU, defendeu que a possibilidade de construção de uma linha autónoma para os comboios de alta velocidade não devia ser, desde já, descartada.
Na tomada de posição agora aprovada, a Câmara vila-franquense considera que “em termos urbanos ideais, a melhor opção será a do enterramento das quatro linhas, devendo a IP revisitar esta possibilidade, para ver efetivamente da sua viabilidade, abrangendo as áreas dos dois núcleos urbanos em causa (Alhandra e Vila Franca).
Por isso, a edilidade sustenta que “a IP deverá estudar melhor esta opção com urgência, para que isso não atrase a quadruplicação das linhas, sob pena de um isolamento do sistema ferroviário urbano das localidades de Vila Franca de Xira e Alhandra”.
O documento agora aprovado diz, ainda, que os impactos de uma nova linha dedicada à alta velocidade seriam mais extensos no conjunto do território concelhio, uma vez que a intervenção criaria uma nova faixa/canal de servidão com mais de 20km de extensão, obrigando a impactantes constrangimentos quer à circulação rodoviária quer a construções pré-existentes. Nesse sentido, a Câmara considera que essa possibilidade deve ser “descartada”.
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