Jorge Talixa
Câmara admite contratar médicos e seguros de saúde
A Câmara de Vila Franca de Xira aprovou, por maioria, uma proposta para que desenvolva procedimentos para a contratação directa de médicos e de um seguro de saúde abrangente que permita disponibilizar atendimento médico aos utentes mais idosos e aos utentes sem médico nos centros de saúde locais.
O concelho de Vila Franca de Xira é, nesta altura, um dos mais afectados, na região e no país, pela falta de médicos de família. O problema agravou-se no final do ano passado, com a aposentação de vários clínicos e há inclusivamente dois centros de saúde (Alhandra e Forte da Casa) sem qualquer médico colocado.
A proposta, apresentada pela Coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT), prevê a abertura de um procedimento para a contratação de médicos com o Ministério da Saúde e/ou com entidades privadas e do sector social que ajudem a minimizar o problema da falta de médicos de família no concelho.
A autarquia deverá, também, iniciar negociações com seguradoras para contratar um seguro de saúde municipal que cubra as necessidades de acompanhamento médico da população mais idosa e das famílias numerosas e mais desfavorecidas.
Foi aprovada com votos favoráveis de PS, Nova Geração e Chega e contra da CDU. “As pessoas querem é médico e serem tratadas a tempo e horas. Isso é o fundamental e a base daquilo que trazemos aqui”, sublinhou o vereador social-democrata David Pato Ferreira, considerando que os médicos existem “só não estão é no Serviço Nacional de Saúde”.
Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca, referiu, depois, que o município “não tem nem competência legal, nem capacidade financeira, para se substituir ao Ministério da Saúde, nem isso pode ser exigido à Câmara”.
De qualquer forma, o executivo camarário socialista, que apresentou algumas sugestões de alteração à proposta do PSD (parcialmente aceites), entende que deve continuar a tentar ajudar a resolver este problema.
“Qualquer solução que possa vir a ser encontrada neste processo será sempre altamente provisória e muito limitada no tempo e na sua dimensão”, precisou Fernando Paulo Ferreira.
Nuno Libório, vereador da CDU, defendeu que o PS e o Governo são os principais responsáveis pelo estado a que chegou o SNS e que os socialistas, ao aprovarem esta proposta, “dão guarita a propostas ultraliberais de contratação de serviços privados de saúde” e não defendem o SNS.
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