Sobrelotação de autocarros preocupa Vialonga

Pais, moradores e utilizadores contestam o excesso de lotação em muitos autocarros da Rodoviária de Lisboa (RL) que servem a freguesia de Vialonga. Estão preocupados com a alegada falta de distanciamento verificado diariamente por quem usa aquele meio de deslocação. A empresa afiança que os 2/3 de lotação previstos estão a ser cumpridos.

"Desde que começou as camionetas estão à pinha e os miúdos em cima uns dos outros, tanto na ida manhã como também se vierem por volta das 13h00, nas camionetas que vão para o Campo Grande. Os alunos vêem-se obrigados,

porque não há alternativa em Vialonga, a deslocarem-se na carreira 360 de Loures para Alverca. O motorista do veículo deixa simplesmente entrar. As pessoas têm reclamado para a Rodoviária", disse Célia Duarte mãe e mentora da carta aberta

"Transporte Público em Vialonga", dirigida por uma comissão de pais e encarregados de educação ao primeiro-secretário da Área Metropolitana de Lisboa, ao presidente de Câmara de Vila Franca de Xira, ao presidente da junta de freguesia de Vialonga e ao responsável pela Proteção Civil, a que o Voz Ribatejana teve acesso.

Esta mãe de Vialonga sublinha que é "preocupante os miúdos irem todos juntos, sem distanciamento, é preocupante porque se queremos travar a propagação do Covid-19 não vamos no caminho certo”, alerta.

Este é um tema que tem sido muito debatido nas reuniões das autarquias locais. “A Câmara de Vila Franca de Xira mantém um acompanhamento muito próximo e regular destas matérias, quer através do Grupo de Trabalho constituído para o efeito no seio da AML, quer do próprio Conselho Metropolitano”, garante José António Oliveira,

vice-presidente da Câmara vila-franquense em resposta ao Voz Ribatejana. “Acresce ainda que, paralelamente, a autarquia desenvolve um trabalho de proximidade com todos os operadores de transportes que exercem a sua atividade na área territorial deste Município. No seguimento desse trabalho regular,

e mais concretamente no que respeita à carreira 360 Loures-Alverca, a Autarquia solicitou esclarecimentos à Rodoviária de Lisboa, que nos informou não existir qualquer situação próxima de rutura em Vialonga, situação verificada já depois do início do período escolar", referiu o autarca do PS. Já a RL esclarece que

“a ideia da prevalência do incumprimento do distanciamento social no transporte rodoviário resulta do facto de a lotação admitida pelas entidades regulamentares no atual cenário Covid corresponder a 2/3 da lotação da viatura.

Para a maioria dos nossos carros urbanos, com lotações em torno dos 81 lugares isto significa a utilização de todos os 41 lugares sentados da viatura e ainda a deslocação de 13 passageiros em pé no interior da viatura, totalizando os 54 passageiros admitidos no cenário Covid. Este facto é, contudo,

percepcionado de forma irregular pelos passageiros que, vendo todos os lugares sentados ocupados e passageiros em pé, consideram genuinamente que não está a ser garantido o necessário distanciamento social”, afirma a empresa. “As carreiras diretas de Vialonga apresentam no período em causa uma procura e cargas bastante reduzidas (…).

Os valores máximos registados nos percursos efetuados em Vialonga e no concelho de Vila Franca ficam em torno dos 40 a 46 passageiros no sentido de volta da Carreira e os 26 a 30 passageiros no sentido de ida da Carreira, perfeitamente dentro da carga admitida no atual cenário Covid”, conclui a RL.

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