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Joel Balsinha e Jorge Talixa

Mário Coelho faleceu vítima da covid-19


O Maestro Mário Coelho, que estava internado no Hospital de Vila Franca de Xira desde o passado dia 26, faleceu, na madrugada de domingo, na unidade de saúde, vítima do novo coronavírus. O matador de toiros vila-franquense tinha 84 anos e a sua partida repentina está a suscitar muita consternação.

No Hospital de Vila Franca foi-lhe diagnosticada a doença, na sequência de problemas respiratórios graves, a que não conseguiu resistir. Natural da Rua do Alecrim, em pleno centro histórico de Vila Franca de Xira, Mário Coelho, foi muito influenciado pelo ambiente que o rodeava. Residiam naquela pequena artéria vários campinos e o pequeno Mário foi alimentando o sonho de vir a ser toureiro.

A casa onde nasceu foi, já no final do século passado, transformada em museu. E, no passado mês de Outubro, Mário Coelho foi imortalizado naquela área da cidade com a inauguração de uma escultura em sua homenagem.

“Estou a viver um momento em que sinto que valeu a pena esta passagem pela vida”, disse, então, Mário Coelho, agradecendo a todos os que participavam naquela homenagem e frisando que o Largo do Adro era, nas décadas de 30 a 50, um dos mais nobres de Vila Franca e funcionava como verdadeiro parque de brincadeiras dos mais pequenos. “Ainda tenho nos ouvidos as gargalhadas e a alegria dessa época.

E aqui continuo, com mais de 80 anos, a polir a calçada deste sítio onde vivo. Sinto-me extraordinariamente feliz e honrado”, afirmou o matador de toiros vila-franquense, mostrando-se também feliz por voltar a ouvir o pasodoble com o seu nome que já não ouvia desde 1990.

Mário Coelho Luís nasceu a 25 de Março de 1936 e apresentou-se pela primeira vez na Praça Palha Blanco com apenas 14 anos, na Quinta-Feira da Ascensão de 1950. Tomou a alternativa de bandarilheiro em 1958 e destacou-se nesta função no plano nacional e em Espanha. Apostou depois numa carreira como matador de toiros, tirou a alternativa em 1967 (Badajoz) e afirmou-se como um dos maiores nomes do toureio a pé português.

Deixou as praças em 1990, já limitado fisicamente, mas na sua trajectória mundial de 35 anos como profissional do toureio lidou 3149 touros em 1472 corridas e em 205 festivais. Quis o destino que Mário Coelho partisse neste dia 5 de Julho, em fim-de-semana do Colete Encarnado que tanto apreciava.

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