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Foto do escritorJorge Talixa

1800 reclamam apoio à tauromaquia


1800 artistas e profissionais da tauromaquia subscrevem uma carta aberta dirigida, na semana passada, à ministra da Cultura, em que alertam para as consequências “trágicas” que o cancelamento de espectáculos, devido à pandemia, pode ter no

sector. Vincando que a organização de uma corrida de toiros envolve, pelo menos, 170 pessoas, a carta cita declarações recentes de Graça Fonseca para considerar que a tauromaquia, tal como os restantes sectores da cultura portuguesa, carece de apoios

nesta fase difícil. Dinamizada pelas associações nacionais de toureiros, de empresários tauromáquicos e de grupos de forcados, a carta aberta solicita uma reunião a Graça Fonseca, para que seja apresentado à governante “um plano de medidas para esta fase de crise e para o momento da retoma dos espectáculos”. A titular da pasta da

Cultura, recorde-se, tem sido muito criticada pelos diversos sectores da tauromaquia, sobretudo pela forma como propôs em 2018 e voltou a propor em 2019 (desta vez aprovada) que os espectáculos taurinos deixassem de estar incluídos nas actividades culturais com taxa mínima de IVA de 6 por cento e passassem a estar sujeitas à taxa

máxima de 23 por cento. “Somos uma das áreas mais originais e autênticas da cultura portuguesa e uma das poucas áreas culturais que não têm programas de apoio. Incorporamos quase 100% de mão de obra nacional, exportamos cultura portuguesa, contribuindo para a divulgação da nossa cultura e para o equilíbrio da balança

comercial”, sustenta a missiva, frisando que a tauromaquia portuguesa também fomenta o turismo e tem “um impacto económico directo e indirecto de muitos milhões de euros, criando emprego e riqueza, muitas vezes em regiões deprimidas do interior”. Por isso, o documento sublinha que “é muito importante não deixar de forma nenhuma que o

cancelamento de atividades culturais sejam uma tragédia para Portugal. Representamos economia e emprego com uma implementação territorial diversa, entre norte e sul, urbano e interior. Estamos a viver tempos críticos”, reconhece, apontando “as largas dezenas de espectáculos já perdidos” e que os que ainda não serão

realizados “são impossíveis de recuperar”. “Este infortúnio retira-nos meios para obter receitas e suportar custos com um valor elevado, como a alimentação e manutenção de cavalos, a preparação técnica e artística, as equipas de tratadores, veterinários, entre muitos outros. É urgente que se tomem medidas de apoio nesta fase, que tenham em

conta as particularidades deste setor que tutela, e é necessário preparar a fase de retoma dos espectáculos com medidas adaptadas, por exemplo corrigindo com urgência o IVA dos espectáculos tauromáquicos para 6%, que é agora uma medida incontornável de apoio social à cultura e aos artistas”, acrescenta o documento,

salientando que “toureiros, empresários, pessoal técnico, campinos, artesãos e alfaiates…e, sem esquecer os forcados amadores, todos são fundamentais para a existência da cultura taurina, tal como o para o efeito económico e riqueza que gera, alimentando famílias e regiões”.

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