Jorge Talixa
Julgamento do caso Luís Grilo começa na terça-feira
O julgamento do caso do homicídio do empresário e triatleta Luís Grilo começa, esta terça-feira, no Tribunal de Loures. No banco dos réus vão sentar-se a viúva, Rosa Grilo, e o funcionário judicial António Joaquim. O Ministério Público responsabiliza-os pelo homicídio qualificado de Luís Grilo e ainda pelos crimes de profanação de cadáver e de posse de arma proibida. Os advogados de defesa apontam várias falhas à investigação e dizem que há ainda muita coisa por explicar. O crime, ocorrido presumivelmente na noite de 15 para 16 de Julho do ano passado numa
vivenda das Cachoeiras, transformou-se, pelos seus contornos, num dos casos mais mediáticos em Portugal nos últimos anos. Vai ser julgado por um Tribunal de Júri, o que significa que, para além do colectivo de três juízes, serão quatro cidadãos comuns escolhidos na comarca a determinar a sentença final. Os dois arguidos, que confessaram que mantinham uma relação amorosa, poderão enfrentar a pena máxima de 25 anos de cadeia, mas
os advogados de defesa mantêm que há muita coisa por explicar e rejeitam as conclusões da investigação da Polícia Judiciária. A defesa de Rosa Grilo, representada pela advogada alverquense Tânia Reis, mantém a versão sucessivamente relatada pela viúva de que terão sido três estrangeiros (presumivelmente angolanos) a invadir a vivenda das Cachoeiras onde viviam e a dispararem, na sua presença, dois tiros na cabeça do marido, devido a
divergências relacionadas com negócios de diamantes. António Joaquim garante, por seu turno, que nada tem a ver com o homicídio, que não esteve naquela noite nas Cachoeiras e que não foi a sua arma a disparar contra Luís Grilo, conforme sustentam a Judiciária e o Ministério Público. Certo é que, depois de seis meses de investigação, o Ministério Público (MP) acusou, em Março, a viúva do triatleta e o funcionário judicial com quem mantinha um
relacionamento extraconjugal de “homicídio qualificado agravado, profanação de cadáver e detenção de arma proibida”. Ao mesmo tempo, o MP defende que Rosa Grilo deve ser impedida de herdar os bens do marido e que António Joaquim deve ser suspenso de funções nos tribunais. Para o julgamento estão arroladas 44 testemunhas, incluindo investigadores da Polícia Judiciária e familiares da vítima e dos arguidos.
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