Porto fluvial avança (finalmente) na Castanheira

As obras de construção do Terminal (Porto) Fluvial da Castanheira do Ribatejo foram lançadas, esta segunda-feira, numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Espírito Santo. Um investimento de cerca de 11 milhões de euros, que criará condições para o tráfego fluvial de contentores de mercadorias entre a Castanheira e o Porto de Lisboa, mas que poderá no futuro estabelecer ligações também com os portos de Setúbal e de Sines.

De acordo com os promotores terá capacidade para movimentar até 400 contentores por dia, retirando outros tantos camiões das estradas da região de Lisboa. Andreia Ventura, administradora do Grupo ETE, disse, ao Voz Ribatejana, que a empreitada foi adjudicada, em Junho, à Mota-Engil e as obras deverão estar concluídas dentro de um ano, envolvendo um investimento de cerca de 6 milhões euros na construção do cais e das estruturas de apoio.

O equipamento fixo (incluindo uma grua com capacidade para 84 toneladas) e móvel (barcaças) deverá rondar os cinco milhões de euros. Andreia Ventura acrescentou que o Terminal Fluvial da Castanheira criará cerca de 50 postos de trabalho directos e mais 200 indirectos. “O Terminal Fluvial da Castanheira terá capacidade para movimentar até 70 mil contentores por ano e terá capacidade para retirar até 400 camiões por dia das estradas da região de Lisboa”, salientou, depois, Andreia Ventura.

João Folque, administrador do Grupo Passadinha, sublinhou que “este terminal pode ser muitíssimo mais importante e muitíssimo mais utilizado” se a Infraestruturas de Portugal e a Administração do Porto de Lisboa cuidarem da construção de um ramal ferroviário de ligação do terminal fluvial à Linha do Norte e se a APL desenvolver o prometido projecto de desassoreamento do Tejo na zona de Alhandra, permitindo a passagem de embarcações de maior calado.

Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, também realçou a importância deste projecto para o concelho e para a Área Metropolitana de Lisboa. “O transporte de contentores pela via fluvial permitirá reduzir fortemente o número de camiões a circular nas estradas, mas também reduzir fortemente as emissões de CO2.

Este é, definitivamente, um projecto de interesse nacional”, frisou o eleito do PS, que sensibilizou, também, o secretário de Estado para a necessidade de construir um ramal ferroviário de ligação ao porto fluvial e de ponderar uma abolição de portagens entre Alverca e a Castanheira, para que o troço da A1 entre estas duas localidades venha a ser mais utilizado, aliviando a pressão sobre a Estrada Nacional 10.

Hugo Espírito Santo destacou a localização estratégica deste porto fluvial e admitiu a construção do ramal no contexto da quadruplicação da linha férrea. Sobre a abolição das portagens não se pronunciou.

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