Jorge Talixa
Médica denuncia más condições do centro de saúde da Póvoa
Uma profissional de medicina do Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria alertou autarcas e várias entidades da região para as más condições das instalações daquela unidade de saúde. O problema motivou muitas questões da oposição camarária vila-franquense e o presidente da autarquia lembrou que a manutenção dos centros de saúde só passou para a responsabilidade dos municípios no início deste ano.
Nuno Libório, vereador da CDU, vincou que a profissional em causa “dá conta de uma situação absolutamente caótica, que tem que ver com o funcionamento daquele centro de saúde. Falta de limpeza. A médica diz que é insuportável ver o estado deplorável de falta de higiene dos equipamentos.
E teve que arregaçar as mangas e assumir a responsabilidade, que não lhe competia, de limpar”, sublinha o autarca da CDU, frisando que a médica do Centro de Saúde da Póvoa alerta, também, para os aparelhos de ar condicionado avariados há mais de sete anos e para as avarias de portas das garagens que “põem em causa o funcionamento e segurança das instalações e dos seus trabalhadores”.
Infiltrações na cobertura, bolores, cheiros nauseabundos são outros problemas apontados pela profissional em causa. ”Foi preciso esta médica dirigir-se à Câmara para que o senhor presidente ficasse consciente de que esta aceitação de competências foi precipitada e foi errada”, afirmou Nuno Libório, questionando o executivo PS sobre “o que vai fazer relativamente a este relatório que envergonha a Câmara”.
Também David Pato Ferreira, vereador da Coligação Nova Geração, se referiu ao assunto, lembrando que a coligação liderada pelo PSD já por várias vezes denunciou a falta de condições do Centro de Saúde da Póvoa. ”O que era importante é que, quando se fala de saúde, não se escondessem casos como aquele que se passa na Póvoa de Santa Iria.
Estas são coisas que devem preocupar a Câmara e o que nos parece é que até agora nada foi resolvido”, lamentou. Já Fernando Paulo Ferreira, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, afiançou que a melhoria das condições de funcionamento dos centros de saúde é uma preocupação da edilidade. “Nós fizemos bem em aceitar esta descentralização de competências, porque há maior proximidade e isso tem permitido a resolução de problemas que se arrastavam há muito.
Aliás, a própria médica diz que há problemas que se arrastam há 7 anos. Nós estamos há sete meses com esta competência e estamos a trabalhar no sentido da sua resolução. Não recusámos a competência. Estamos conscientes que há muita coisa para fazer e é isso que estamos a fazer. Mas não é possível em sete meses fazer o que não foi feito em sete anos”, rematou Fernando Paulo Ferreira.
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