Julgamento traz novos dados sobre homicídio de Luís Grilo
O julgamento da advogada Tânia Reis e do consultor forense João Sousa, que está a decorrer no Tribunal de Vila Franca de Xira, tem revelado novos dados sobre o caso principal do homicídio do triatleta Luís Grilo que lhe deu origem. Em causa neste julgamento está a “descoberta” de um orifício na banheira da vivenda onde viviam Luís Grilo e Rosa Grilo, já cerca de ano e meio depois do homicídio do triatleta e empresário.
Na sessão desta sexta-feira foram ouvidos o filho, o ex-amante e o pai de Rosa Grilo e o advogado que representa João Sousa anunciou a apresentação de uma denúncia na Procuradoria-Geral da República contra um procurador da república do DIAP de Vila Franca de Xira e contra inspectores da Polícia Judiciária.
A existência do orifício foi revelada, a 14 de Fevereiro de 2020, por Tânia Reis e João Sousa (então advogada e consultor de Rosa Grilo). Mas o Ministério Público não deu crédito à sua versão e, com base nas perícias realizadas no local pela Polícia Judiciária no verão de 2018 (Luís Grilo desapareceu em Julho de 2018 e o seu corpo foi encontrado dois meses depois), acusou a advogada e o consultor forense da prática de um crime de plantação de provas.
Na sessão desta sexta-feira, António Joaquim (funcionário judicial, amante de Rosa Grilo e actualmente a cumprir pena de 25 anos por alegado envolvimento no homicídio), afiançou que só a sua mãe e Rosa Grilo tinham chaves da sua casa. “Fui proprietário de uma arma CZ (alegadamente utilizada no homicídio), registada na PSP, que foi apreendida.
Ela tinha conhecimento de tudo e tinha chave da minha casa”, explicou, frisando que Rosa sabia onde a arma e as caixas de munições estavam guardadas, mas que não sabe como é que alguns invólucros de bala desta arma foram parar a casa de Rosa Grilo.
Miguel Santos Pereira, advogado que representa João Sousa, revelou, depois, em audiência, que apresentou uma denúncia contra inspectores e peritos da PJ e contra o procurador do Departamento de Investigação e Acção Penal de Vila Franca que elaborou o despacho de acusação por alegada “plantação de provas”.
O causídico juntou um requerimento onde afirma que pela sucessão de fotografias apresentada é possível verificar que a marca do tiro na banheira já existia quando, a 20 de Julho de 2018, a PJ fez as primeiras perícias na vivenda do casal Grilo. “Aquele disparo na banheira foi dado pela senhora Rosa Grilo para testar a arma”, afirmou Miguel Pereira.
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