Decisão de reactivar parquímetros dá controvérsia
A Câmara de Vila Franca de Xira decidiu, por maioria, recolocar os parquímetros da cidade sede de concelho a funcionar. O executivo sustenta que a medida é necessária para gerar a “rotatividade” de estacionamento indispensável ao funcionamento do comércio e serviços. A CDU considera que a medida é precipitada e que a Câmara devia era cumprir outras promessas de criação de mais lugares de estacionamento.
Com sete votos favoráveis de PS, Coligação Mais e Bloco de Esquerda e quatro votos contra da CDU, a Câmara de Vila Franca de Xira aprovou uma proposta de reactivação dos parquímetros da sede de concelho. A proposta terá ainda que passar pela próxima sessão da Assembleia Municipal, mas gerou muita discussão, com a CDU a considerar que a reanimação do comércio não passa pelo estacionamento pago e a maioria PS
a defender que a rotatividade do estacionamento no centro da cidade é fundamental para o comércio e para os serviços que ali funcionam. Nuno Libório, vereador da CDU, observou que a necessidade de retomar a vida colectiva na cidade de Vila Franca de Xira não passa por este tipo de medidas. “Para nós é algo contraditório que uma das primeira acções da Câmara se propõe fazer seja recolocar o estacionamento pago
na cidade de Vila Franca. Para nós, o que o comércio e a revitalização da cidade precisam não passa por retomar o pagamento de taxas de estacionamento em zonas centrais. Gostaríamos que, ao contrário do que o PS propõe, tivéssemos uma cidade a partilhar de acções da própria Câmara para a dinamização dos espaços públicos”, argumentou Nuno Libório, estranhando que a primeira proposta depois do levantamento
de 19 períodos de estado de emergência sucessivos seja “colocar a população a pagar o estacionamento”. “Verificamos que muito ficou por fazer nesta matéria, com a agravante do silo automóvel do Vilafranca Centro continuar sem estar ao serviço da população”, acusou Nuno Libório. Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca de Xira, reagiu, considerando que os contactos que tem recebido sobre os parquímetros vão
exactamente no sentido contrário do defendido por Nuno Libório. “Também falo com muita gente e o que as pessoas me manifestam é que a rotatividade do estacionamento é absolutamente necessária para que a economia, que tão abalada foi, possa recuperar e as pessoas tenham a possibilidade de ir ao comércio e aos serviços do centro da cidade sem a preocupação de estacionarem bastante longe.
Esta decisão não é contra ninguém, é a favor da generalidade das situações”, referiu o edil vila-franquense, frisando que a questão da receita dos parquímetros para a Câmara é “absolutamente residual”, mas que o efeito de “rotatividade” de estacionamento gerado pelos parquímetros é fundamental para que as pessoas possam ter acesso ao comércio e serviços como tinham antes da pandemia.
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