As contradições e a moda das ciclovias
Nos últimos anos raros são os municípios da região que não apostaram em projectos de construção/instalação de ciclovias. Percebe-se o objectivo de incentivar o uso da bicicleta, percebe-se que havia fundos comunitários disponíveis, mas casos houve em que se passou do 8 para o 80 e as ciclovias “invadiram” os espaços mais diversos, gerando polémicas desnecessárias. Ciclovias sim,
mas com bom senso. Foram “criadas” ciclovias em áreas utilizadas para estacionamento, foram “abertas” ciclovias em plenas ruas das principais localidades e ocuparam-se espaços em estradas nacionais onde ele já escasseava. Tudo a bem do uso da bicicleta. É verdade que nalguns casos estas novas áreas de circulação até são muito utilizadas por peões nos seus passeios diários. Ainda bem,
são uma boa alternativa e o exercício físico só faz bem à saúde do corpo e da mente. O problema é que muito raramente estas “ciclovias” são utilizadas verdadeiramente por ciclistas. Esse hábito tem crescido, mas para práticas diferenciadas mais ligadas aos percursos de grande extensão ou ao BTT e raros são os que fazem passeios de bicicleta nas ciclovias das nossas principais localidades. Depois,
como acontece nalguns dos passeios ribeirinhos, nem sempre a convivência entre ciclistas e peões é a melhor. Há dias, quando percorríamos a Estrada Nacional 10 entre a Póvoa de Santa Iria e o Forte da Casa, captámos este “mimo” com dois amigos das bicicletas a demonstrarem claramente que “preferem” o modelo antigo, a circularem em plena estrada e a ignorarem a ciclovia que está mesmo ao lado.
Correm mais riscos é certo, deviam utilizar a ciclovia, é verdade, mas são imagens como esta que devem fazer reflectir sobre a aposta nas vias próprias para as bicicletas. Ciclovias sim, mas com bom senso.
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