Processo inédito viabiliza ABEI de Vila Franca
A Associação de Bem-Estar Infantil (ABEI) de Vila Franca de Xira conseguiu que a grande maioria dos credores aprovassem o seu plano de viabilização. A instituição acumulou uma dívida de cerca de 5 milhões e vai beneficiar, agora, de um processo especial de revitalização. De acordo com a direcção,
vão manter-se os 230 postos de trabalho e estão previstas medidas de alargamento da oferta de serviço e de reaproveitamento de edifícios devolutos. A ABEI de Vila Franca de Xira é, assim, a primeira instituição particular de solidariedade social (IPSS) portuguesa a conseguir a aprovação de um Processo Especial de Revitalização (PER)
que, ao abrigo da legislação, lhe vai permitir reestruturar serviços e sanear uma dívida que atingiu os 5 milhões de euros. O PER foi aprovado, no dia 6, com 94 por cento de votos favoráveis dos cerca de 40 credores, em que se destacam várias entidades bancárias. Fundada em Maio de 1975, a ABEI é uma das maiores instituições sociais do concelho de Vila Franca de Xira, com mais de 700 utentes.
A direcção da instituição vila-franquense realça a importância desta decisão tomada pela maioria dos credores, frisando que, com a aprovação deste plano de viabilização, a ABEI assume-se como “a primeira IPSS do país a usufruir do mecanismo de saneamento das suas dívidas através do PER - Processo Especial de Revitalização”.
“Sabíamos desde o início que a situação não era fácil, por isso a encarámos com o realismo necessário, tomando medidas que permitissem desanuviar a situação económico-financeira a curto prazo e - a médio-longo prazo - dotar a instituição de uma gestão moderna e sustentável”, afirma Miguel Branco, presidente da direcção da ABEI,
que assumiu o cargo em Janeiro de 2019. “A responsabilidade é enorme, tendo em conta que mexe com a vida de muitas famílias, mas o potencial da ABEI e a qualidade do plano apresentado permitiram que este fosse aprovado. Conseguimos esta primeira vitória mantendo todos os colaboradores connosco”,
salienta Miguel Branco, vincando que “esta boa notícia”, alcançada numa fase particularmente difícil para as IPSS’s devido à pandemia, “chega a tempo de se poderem introduzir alterações ao modelo de gestão da instituição em função do que se prevê virem a ser as mudanças necessárias face à nova realidade provocada pela covid-19”.
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