Jorge Talixa
Moradores “travam” mudança da passagem de nível
A deslocação da passagem de nível de Vila Franca de Xira cerca de 250 metros para sul já não vai avançar, pelo menos para já. O compromisso foi assumido, na sexta-feira, pelo presidente da Câmara vila-franquense, no final de uma reunião com moradores e proprietários do cais da cidade, que se mostraram, todos, contra a mudança.
Alberto Mesquita assegurou que vai tentar separar os objectivos do protocolo acordado com a Infraestruturas de Portugal (IP), para que se mantenha a ideia da vigilância da actual passagem de nível e sejam reavaliadas outras medidas de reforço da segurança. Nesse sentido, a cerimónia de assinatura do protocolo entre a Câmara e a IP, prevista para esta terça-feira, foi cancelada.
A reunião de sexta-feira foi promovida pelo presidente da Câmara de Vila Franca, Alberto Mesquita, que em carta dirigida aos moradores e proprietários, convidou-os a conhecerem e a pronunciarem-se sobre o projecto de mudança da passagem de nível cerca de 250 metros para sul. Na sala juntaram-se mais de 30 pessoas, cerca de metade das quais residentes e/ou proprietários da zona do cais.
Alberto Mesquita começou por salientar o número de mortes verificado, nos últimos anos, naquela travessia e a necessidade de tomar medidas. Mas as reacções dos presentes não foram nada favoráveis à ideia. Um dos moradores salientou que, no seu entender, boa parte das mortes ali verificadas são suicídios e que, se assim for, vão continuar a acontecer na futura PN.
Outro acusou a Câmara de não ter ouvido previamente os moradores. A maioria defendeu a vigilância permanente da actual passagem e/ou a construção de uma passagem inferior que a substitua. “Estão a matar o cais. Por que é que não fazem uma passagem inferior só para peões?”, questionou um dos moradores.
Alberto Mesquita afiançou que essa possibilidade também foi estudada, mas que uma passagem desse tipo não pode ter um grau de inclinação elevado e teria que começar quase no largo da Câmara. O morador não se mostrou convencido e defendeu que era perfeitamente possível fazer uma passagem inferior em forma de “z”.
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