Jorge Talixa
Vila Franca estranha ausência de desinfecções
Os ministros da Defesa e da Educação anunciaram, no dia 29, que tinham sido criadas mais de 80 equipas no seio das Forças Armadas para proceder, nas semanas seguintes, a uma operação alargada de desinfecção das 520 escolas secundárias que retomaram, esta segunda-feira, a sua actividade.
Passadas duas semanas, os dois ministérios constataram que apenas foram desinfectadas duas escolas, porque se concluiu que esse tipo de operações seria desnecessário em estabelecimentos que estiveram praticamente encerrados durante dois meses e porque decidiram dar prioridade a acções de formação ministradas pelos militares a funcionários das diferentes escolas.
A situação gerou alguma estranheza na Câmara de Vila Franca de Xira. Regina Janeiro, vereadora da CDU, quis saber que medidas foram tomadas para que as escolas secundárias voltem a receber os alunos dos 11º. e 12º. anos e se as desinfecções anunciadas foram concretizadas.
Alberto Mesquita, presidente da Câmara de Vila Franca, admite que também ouviu que as forças armadas iriam desinfectar mais de 500 escolas e que procurou saber, junto da Direcção-Geral de Equipamentos Escolares, como é que essa operação se iria desenrolar.
“No fim-de-semana seguinte fui contactado para me dizerem que as Forças Armadas vinham às nossas escolas secundárias para fazer a avaliação dos espaços e dar formação. Estiveram nos dias 5 e 6, foram às escolas e o que fizeram foi dar formação ao pessoal das escolas para fazerem desinfecções.
O que me disseram é que, afinal, o que estava previsto era fazerem formação. Fiquei surpreendido”, reconhece o edil vila-franquense, que contactou, depois, os agrupamentos de escolas do concelho, que lhe disseram que as forças armadas só fariam as desinfecções “se houvesse necessidade”.
Como o Ministério da Educação veio, depois, dizer que “a desinfecção não é uma necessidade” e que o que importa é “saber fazer”, as operações anunciadas ficaram sem efeito. “Um agrupamento pediu-nos a desinfeção de uma zona de entrada e iremos fazer (dia 13) essa desinfecção. No fundo iremos de encontro àquilo que nos é pedido pelos agrupamentos”, rematou.
Já em Arruda dos Vinhos, o Externato João Alberto Faria anunciou que todo o pessoal frequentou uma acção de formação preparada pelas Forças Armadas e que, depois de todos os espaços limpos e higienizados, solicitou, ainda, à Câmara de Arruda que “procedesse no final destes trabalhos à termonebulização do edifício escolar e das salas de aula, recorrendo a equipamento específico.
Semanalmente, este processo irá ser repetido. O EJAF adquiriu, entretanto, um equipamento semelhante e logo que o receba passará a fazer diariamente este trabalho de higienização/desinfeção das suas instalações, procurando assim aumentar os níveis de segurança sanitária de todos”.
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