Jorge Talixa
Câmara pode receber indemnização dos arguidos da legionella
A Câmara de Vila Franca de Xira admite chegar a um acordo com os nove arguidos do processo do surto de legionella que atingiu o sul do concelho ribatejano há cinco anos. A autarquia reclamou em tribunal uma indemnização global de 727 mil euros por danos patrimoniais e danos sofridos pela imagem do concelho e revela, agora, ao Voz Ribatejana, que está em diálogo com os mandatários dos arguidos para um eventual
acordo. A instrução do processo-crime instaurado pelo Ministério Público na sequência do surto de Novembro de 2014, que infectou 403 pessoas e provocou 14 vítimas mortais, começa já na próxima quarta-feira, no Tribunal de Loures. Ana Rita Loja, juíza responsável pelo caso, aceitou os requerimentos de abertura de instrução dos nove
arguidos (duas empresas e sete funcionários destas), mas negou provimento aos requerimentos das vítimas em que não foi demonstrado um nexo de causalidade com a estirpe da legionella detectada numa das torres de refrigeração da fábrica da ADP-Fertilizantes. No dia 20, a juíza de instrução criminal deverá ouvir o delegado regional
de saúde de Lisboa e Vale do Tejo e esta fase processual (vai determinar se o caso segue ou não para julgamento) prossegue no dia 25 com a audição de mais testemunhas. A Associação de Apoio às Vítimas da Legionella de Vila Franca de Xira apresentou, entretanto, uma acção popular contra o Estado português, reclamando
indemnizações por alegadas falhas e omissões de entidades públicas em todo este caso. A Associação está, entretanto, a mobilizar algumas das vítimas para se manifestarem à porta do Tribunal de Loures, na manhã de quarta-feira, exigindo justiça e celeridade no processo.
Saiba mais na Edição impressa de 27 de Novembro do Voz Ribatejana