Utentes queixam-se de “injustiças” nos passes
Utentes dos transportes públicos residentes nos concelhos da região Oeste contestam algumas “injustiças” nos preços cobrados pelos passes sociais, por comparação com os praticados na vizinha Área Metropolitana de Lisboa. Muitos acabam por “apanhar” transportes na Castanheira do Ribatejo (na foto) para beneficiaram do Passe Metropolitano. A Comunidade do Oeste quer negociar com Lisboa a criação de um passe único inter-regional.
Multas por utilização de dois passes distintos numa única ligação de autocarro e preços a dobrar para quem está à mesma distância de Lisboa só porque vive num concelho já situado fora da Área Metropolitana, são algumas das principais queixas de utentes de transportes públicos residentes nos concelhos de Alenquer e de Arruda. Uma porta-voz de um grupo de utentes reclamou medidas em recente reunião da Câmara de Alenquer e admite
protestos mais visíveis já a partir de Setembro, se não forem eliminadas algumas das “injustiças” existentes. Problemas semelhantes vivem passageiros oriundos de outros concelhos do sul da região Oeste, como Torres Vedras e Sobral de Monte Agraço. Muitos acabam por optar por “apanhar” transporte na Castanheira do Ribatejo, onde já podem ter acesso ao Passe Metropolitano. “Nunca esteve tão mau e tão complicado como está agora.
A situação a partir de Abril está até mais caricata. Não posso aceitar que uma pessoa que venha de Sesimbra ou de Palmela para Lisboa pague 40 euros de passe e eu que estou à mesma distância, só porque estou em Alenquer, fora da Área Metropolitana de Lisboa (AML), tenha que pagar 108 euros. É uma injustiça que vai contra os direitos das pessoas”, sustentou, explicando que fala também em nome de um grupo de pessoas do concelho
de Alenquer que viaja diariamente para Lisboa. Pedro Folgado, presidente da Câmara de Alenquer e da Comunidade Intermunicipal do Oeste, reconheceu que ainda há situações a corrigir e que os municípios do Oeste têm procurado desenvolver um modelo o mais próximo possível do que vigora na AML, com passes concelhios a 30 euros e passes regionais a 40 euros. O problema, reconheceu, são as viagens inter-regionais. “Neste momento,
para além dos 1, 3 milhões de euros que recebemos, os municípios do Oeste já estão a suportar mais 600 mil para a implementação destas medidas. Já está previsto que em Setembro faremos uma avaliação dos primeiros meses com a AML e vamos perceber se Lisboa vai ou não juntar valores a este processo, para que baixem mais os preços, porque o objectivo também é que não entrem mais carros em Lisboa”, vincou Pedro Folgado, estranhando
que as operadoras apliquem multas no caso da utilização de dois passes na mesma carreira, porque esse cenário teria ficado afastado nas reuniões desenvolvidas no início do ano.
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