Jorge Talixa
Luís Grilo contratou sete seguros meses antes de morrer
O Ministério Público acusa a viúva de Luís Grilo e o seu alegado amante de terem planeado, pelo menos com sete semanas de antecedência, a morte do triatleta ocorrida no Verão passado. A acusação, divulgada na semana passada, afirma que o casal de amantes pretenderia assumir publicamente a relação e beneficiar do património e
das indemnizações dos seguros contratados por Luís Grilo. Estranho é que Luís Grilo, de acordo com o Ministério Público, tenha contratado sete seguros entre Dezembro de 2017 e Abril de 2018. A maior parte deles abrangiam riscos de morte ou de invalidez relacionados com eventuais acidentes e previam indemnizações para os herdeiros
que poderiam somar mais de 500 mil euros. Os advogados de defesa dos dois arguidos deste caso parecem, entretanto, seguir estratégias diferentes. A advogada de Rosa Grilo diz que pondera com a sua cliente a possibilidade de requerer a abertura de instrução – fase em que o processo é apreciado por um juiz que decide se
segue ou não para julgamento. Já o advogado de António Joaquim garante que não vai pedir a abertura de instrução e que, perante o teor da acusação, acredita que é “provável” a absolvição do seu cliente. “Compete ao MP provar a culpa e não compete ao arguido provar a sua inocência, ainda que, no caso em concreto, após a
leitura do despacho de acusação e a análise do raciocínio e dos argumentos aí expostos, seja de concluir pela provável absolvição do arguido em sede de julgamento”, disse Ricardo Serrano Vieira ao Voz Ribatejana. Já sobre a decisão do MP de requerer um julgamento com “Tribunal de Júri”, Ricardo Serrano Vieira diz que para a defesa
do arguido é uma situação “irrelevante”, atendendo à convicção de que não há no processo provas que incriminem António Joaquim. Tânia Reis, advogada de Rosa Grilo, considera que o Tribunal de Júri não deverá ser favorável à sua cliente e adianta que a viúva vai manter a versão de que foi um grupo de angolanos a matar Luís Grilo.
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