Igualdade ainda não chegou ao desporto feminino
Igualdade de género no desporto foi o tema da sessão das “Conversas sobre Desporto” realizada na quarta-feira, na Biblioteca Municipal – Fábrica das Palavras de Vila Franca de Xira. Participaram a campeã mundial de marcha atlética Inês Henriques e duas campeãs naturais do concelho vila-franquense, Ana Catarina Pereira (futsal) e Maria Lobo (muay-thai). A iniciativa, moderada pela jornalista da RTP Cecília Carmo, contou, também, com a participação de Francisco Neto, seleccionador nacional de futebol feminino. As atletas participantes consideram que o desporto feminino tem alcançado, progressivamente, maior visibilidade mediática e despertado mais interesse junto do público.
Mas concluíram que na maior parte dos casos ainda está muito longe dos meios financeiros que envolvem o desporto masculino e que, normalmente, as mulheres que mais se destacam no desporto português recebem bastante menos do que os homens que praticam as mesmas modalidades. Sentem, no entanto, que as famílias já encaram com toda a naturalidade que as jovens e as mulheres dediquem muito do seu tempo à prática desportiva. Mas notam que, em muitos casos, as jovens são levadas a deixar o desporto antes dos 20 anos, por dificuldades de conciliação com os estudos ou com a vida familiar. Inês Henriques leva já 27 anos de prática desportiva,
mas reconhece que só nos últimos anos atingiu uma grande visibilidade pública pelos seus feitos nos 50 Kms. marcha. Ana Catarina Pereira, guarda-redes de futsal campeã nacional pelo Benfica e titular da selecção portuguesa, ainda não tem o estatuto de profissional, recebe apenas ajudas de custos e treina à noite. Maria Lobo dedica-se a tempo inteiro ao muay-thai, mas esta arte marcial ainda não movimenta os meios financeiros de outras e vive das aulas que dá e dos prémios e participação em galas da modalidade.
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