Jorge Talixa
Juntas CDU e Câmara PS de candeias às avessas

Os quatro presidentes de junta de freguesia eleitos pela CDU no concelho de Vila Franca de Xira reclamam mais verbas do Município para concretizarem as tarefas que lhes são delegadas. Acusam a maioria camarária socialista de adiar a negociação do assunto e recusam-se a continuar a “financiar” o orçamento municipal, considerando que na actual situação quem fica prejudicada é a população.
Já as duas juntas de maioria PS têm uma posição diferente e fazem um balanço “francamente positivo” da “postura de cooperação” existente. O presidente da Câmara garante que está disponível para o diálogo, lamenta alguma “politiquice” em torno deste tema e diz que há situações que só vai abordar directamente com os presidentes de junta. Segundo o edil, está marcada uma primeira reunião para 6 de Abril para discutir o assunto.
As quatro juntas de maioria CDU afirmaram, esta semana, em conferência de imprensa, que as verbas transferidas pelo Município (cerca de 3, 5 milhões de euros anuais para as seis juntas) são manifestamente insuficientes e obrigam as juntas a “dispensar centenas de milhares de euros” das suas receitas próprias para cumprirem estas tarefas.
Recusando continuar a “financiar” desta forma um orçamento municipal que, depois, apresenta um saldo de gerência de 18 milhões de euros, os quatro presidentes de junta da CDU apresentaram uma proposta conjunta que aponta para a duplicação das verbas transferidas para estas seis autarquias locais. E reclamam respostas concretas do executivo camarário ainda no decorrer do ano de 2018.
Alberto Mesquita diz, por seu turno, que há questões que só vai abordar directamente com os presidentes de junta. “Solicitei aos senhores presidentes de junta que me enviassem as suas solicitações e propostas. Esse documento chegou, já foi analisado e os senhores presidentes de junta estão convidados para essa reunião para conversarmos sobre esta matéria”, vincou o presidente
da Câmara que, anteriormente, já referira que sempre se manifestou contra a aplicação de coimas a algumas juntas por eventual incumprimento do acordado, mas que apenas uma delas apresentava um relatório, no seu entender, completo sobre o trabalho desenvolvido. O edil promete avaliar formas de ir de encontro a algumas questões em que as juntas possam ter razão, mas sustenta que noutras não terão razão.
Saiba mais na edição impressa de 11 de Abril do Voz Ribatejana