Jorge Talixa
Carregado tem mais de 7 mil utentes sem médico
Mais de metade dos utentes inscritos no centro de saúde do Carregado não têm médico e há mesmo quem durma à porta da unidade para conseguir uma consulta. Habitantes e autarcas têm reclamado medidas. No próximo dia 1 será colocada uma nova médica no Carregado, mas serão precisos pelos menos mais três clínicos para responder às necessidades.
O problema da falta de médicos na unidade de saúde do Carregado já é antigo, mas agravou-se nos últimos anos, ao ponto de actualmente mais de sete mil utentes ali inscritos não terem médico de família atribuído. O funcionamento do centro de saúde que serve a união de freguesias mais populosa do concelho de Alenquer está reduzido a três médicos – dois efectivos e um contratado.
Neste panorama, é especialmente complicada a marcação de consultas e a situação recentemente divulgada nas redes sociais de um casal de idosos que dormiu ao relento junto à porta da unidade de saúde para conseguir uma consulta na manhã seguinte gerou indignação.
No dia 2 de Fevereiro realizou-se uma reunião alargada para analisar a situação dos serviços de saúde nos cinco concelhos servidos pelo Hospital de Vila Franca, onde os problemas do concelho de Alenquer também foram abordados. Do encontro terá resultado, segundo autarcas locais, o compromisso de colocação a curto prazo de mais dois médicos na unidade de saúde do Carregado.
De acordo com o presidente da Junta carregadense, a deputada Maria da Luz Rosinha terá mesmo ventilado a possibilidade deste centro de saúde passar a ser tipificado como de especial carência, “sendo criadas contrapartidas especiais com a finalidade de fixar os profissionais de saúde por mais tempo”.
O Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Estuário do Tejo garante que tem feito o possível para minimizar o problema, mas explica que os concursos para novos médicos a colocar no Carregado têm ficado desertos (sem concorrentes). Para já está prevista a colocação de uma nova médica a partir de 1 de Março no âmbito de um pedido de mobilidade. Mas, admite o ACES, a unidade de saúde do Carregado precisa ainda de mais três médicos.
“O nosso objetivo é atribuir médico de família a todos os utentes assim que conseguirmos preencher as vagas abertas nos concursos. Aguardamos pelo próximo concurso sempre na expetativa das vagas serem preenchidas. Até lá, os utentes sem médico continuam a ter resposta às suas necessidades”, assegura o ACES.
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