Abate de 22 árvores em escola de Samora revolta população
- Jorge Talixa
- 31 de dez. de 2017
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Os 22 plátanos que se distribuíam pelo recreio da Escola Básica dos 2º e 3º ciclos Professor João Fernandes Pratas de Samora Correia foram abatidos na semana passada. A iniciativa surpreendeu a população, que não vê motivos para tamanho “atentado” numa zona da cidade ribatejana que até não tem muitas árvores. O Agrupamento de Escolas de Samora Correia justifica a medida com alegados estragos provocados pelas árvores no piso do recreio e nas canalizações da escola, sobretudo na rede de esgotos. Os responsáveis do agrupamento asseguram que vão ser plantadas oliveiras de jardim nos locais onde foram abatidos os plátanos, porque são árvores de menor porte, que não deverão causar o mesmo tipo de problemas e consideradas mais de acordo com a região.
O Ministério da Educação garante que não teve conhecimento prévio desta iniciativa de abate das árvores e que pediu esclarecimentos à direcção do Agrupamento. Mas acrescenta que a decisão de avançar para esta medida terá tido o apoio de especialistas e foi suportada com o orçamento do agrupamento.
Na envolvente da escola, a revolta é grande entre muitos habitantes. Uma idosa, incrédula com a situação, considera que “quem tomou uma decisão destas não tem capacidade para decidir”. Outra vizinha ouviu dizer que o abate foi motivado pelos problemas nas canalizações, mas diz que não acredita que por causa disso fosse preciso cortar as árvores todas.
Certo é que o caso já foi abordado também na última reunião da Câmara de Benavente, com os vereadores do PS a pedirem esclarecimentos e o presidente da edilidade, Carlos Coutinho, a admitir que também foi surpreendido com esta acção. O autarca da CDU mostra-se “indignado” com a situação, recorda que a autarquia dava regularmente apoio à escola na retirada de materiais das podas e promete também pedir esclarecimentos à direcção do Agrupamento.
Já Nelson Silva Lopes, eleito da Coligação PSD Mais Concelho na Assembleia de Freguesia de Samora Correia, questiona se terá havido algum estudo prévio que concluísse que todas as árvores deveriam ser eliminadas. “Quando regressarem às aulas em janeiro, alunos e professores vão encontrar um recreio despido de árvores e sem sombras”, lamenta.
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